sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Como não morrer de ciúmes e se deixar viver de amor

  Leia e ouça: It's only fear

  Quem ama sente ciúmes... Já perdi as contas de quantas vezes ouvi essa frase na vida. E confesso que  até algum tempo atrás concordava com ela, de olhos fechados e peito aberto. Ou melhor, de peito fechado e olhos abertos, porque mulher ciumenta sabe como é que é, né? Não há miopia que cegue.

  E foi assim durante muito tempo, quando perdia a felicidade pelos enredos das histórias que a minha cabeça ciumenta criava. Mas depois de algumas cabeçadas, depois de perder algumas metades da minha laranja, posso dizer que finalmente entendi como se faz pra não morrer de ciúmes e se deixar viver de amor.
  Infelizmente o ciúmes não é um botão que se pode desligar quando a gente bem entende. Pra falar a verdade, o vilão dos romances da vida não é o monstro roxo do ciúmes. É antes disso, como a gente se deixa dominar por suas garras. O que o ser humano precisa 
é aprender a controlar. É entender que antes do presente e do sonho do futuro, cada um de nós tem um passado e embora muitas vezes ele se faça mais presente do que gostaríamos, temos que nos propor a convivência e a compreensão.
  Zygmunt Bauman é um sociólogo polonês que diz algo sobre a felicidade que me encanta muito: "Pra ser feliz há dois valores essenciais que eu considero indispensáveis (...) um é a segurança e o outro é a liberdade, você não consegue ser feliz e ter uma vida digna na ausência de um deles. Segurança sem liberdade é escravidão. Liberdade sem segurança é um completo caos. Você precisa dos dois. (...) Cada vez que você tem mais segurança você entrega um pouco da sua liberdade. Cada vez que você tem mais liberdade você entrega uma parte da segurança. Então você ganha algo e você perde algo." Para mim, assim também é o amor. Feito da liberdade e da segurança, é daí que surge toda a sua poesia. Feito das concessões diárias que fazemos um pelo outro.
  Amar é combustível pra vida, e o ciúmes apaga essa chama que brilha. Que todos nós possamos viver amores leves, seguros e livres, do ciúmes de qualquer outro mal.

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