Você veio,
eu sei lá de onde. Sei lá pra quê. Veio pra colocar este marasmo de ponta cabeça,
fez rebuliço no mundo antes tão calmo. Causou, como eu amo te dizer.
Causou
novidade, causou um friozinho bom de sentir. Arrepio na espinha que toma conta
toda vez que me beija a nuca. Trouxe as borboletas de volta, e o passarinho verde cantou um dia inteirinho
só pra gente ficar ouvindo.
Esse seus
olhos são como mar, me afundo e me entrego. Sem medo de amar. Perco as rédeas
contigo, apenas sinto, a conexão é forte. Mais forte do que consigo explicar,
as palavras fogem e vão morar na tua boca, que tão linda se encontra com a
minha na luz escura do quarto.
Não
precisei te conhecer pra saber, que seria você. Seria você o causador da
insônia, dos meios sorrisos quando toca o celular. Seria você o dono do desejo
que cresce sozinho na imaginação.
Sem saber
muito bem a razão, pois já me despi de toda a racionalidade quando deixei cair
no chão o velho sutiã de renda preta, sem saber muito bem pra onde vou, sigo
até o final. Eu vou até o final, no nosso tempo, do nosso jeito. Tentando não
reter esperanças, eu vou até o final. Já te reconheço em mim.
Eu quero
tanto em tão pouco tempo. Isso assusta, eu sei. Mas eu não consigo mais evitar,
moço. Te peço que venha, e encaixe as tuas linhas nas minhas entrelinhas, que a
gente entrelace os fios da vida, que a gente seja energia boa, e lembrança
gostosa pra guardar, mesmo se isso um dia acabar. Meu desejo agora é arriscar.
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