Leia e ouça: Like I'm Gonna Lose You
Por Aline Sousa
Lembro das primeiras
palavras que trocamos, de te perguntar se você era simpático assim com todo
mundo ou se foi o meu charme, e mesmo desconfiada da resposta, preferi
acreditar que era um encontro especial e talvez premeditado pelo universo.
Lembro da primeira vez que
chorei por você, logo após um longo mês sem te ver, te vi realmente, com seus
defeitos que até então não haviam passado pelos meus olhos.
Mas também me recordo do dia
em eu estava meio "blé" e após dois (nem tão longos meses, eu confesso) pude
sentir aquele abraço de novo, e no meio dele me perdi.
Nossa história daria um
livro, que talvez nem fosse de romance, mas mesmo assim encantaria como
tal. Renderia CD's para um músico e
faria qualquer matemático se confundir ao equacionar nosso amor, e por isso
escrevo textos simples, mantendo sempre por perto esse sentimento que as vezes
é sentido de longe.
São quase cinco (gigantescos
porém acelerados) meses, e tanta coisa mudou, guri. Não posso dizer que me arrependi
dos erros ou das despedidas, mas se me permitir, posso me apresentar novamente?
Eu aprendi que ninguém pode
obrigar o outro a ficar, que as paranoias são em vão quando decidimos nos
juntar, que ciúmes é tempero e tempero demais enjoa o paladar, que drama é bom
no cinema, mas na vida real as pessoas querem praticidade e palavras cheias,
que amar e depender são tão iguais quanto sal e açúcar (parecidos por fora, mas
se confundidos, estragam a receita inteira), que ter certeza de tudo nem sempre
é um bom sinal, que olhar só para o futuro faz com que não aproveitemos o
presente (mas ainda sou sua menina do planejamento, viu?) e acima de tudo,
olhei dentro de mim e percebi que amor saudável é amor que transborda, porque
já sou completa sozinha.
Mas aquiete esse coração,
meu menino, ainda tenho aquele sorriso largo quando estou do seu lado, ainda
ouço aquela música que te faz lembrar de mim, não esqueci seu cheiro ou sua
risada alta, de domingo a noite sinto falta de você e da nossa pizza, e uma
semana atrás eu dormi com a camisa que você deixou comigo. Verdade seja dita,
ainda sou sua grudinha, mas que finalmente, aprendeu a se virar sozinha.